Ecologicamente falando, nenhum inseto ou animal é considerado uma praga. O homem costuma assim os chamar, pois, direta ou indiretamente, alguns insetos causam danos econômicos ou para a saúde pública, além de serem potenciais incômodos se invadirem residências. Biologicamente, uma praga é uma população que está em desequilíbrio, conseguindo número de indivíduos superior ao normal e estabelecido pela harmonia das interações seres-ambiente e entre seres vivos. Estas interações determinam um equilíbrio populacional. O desequilíbrio ocorre quando a situação natural é alterada.
As espécies de formigas que convivem com o homem, invadindo suas residências ou permanecendo nas regiões externas são genericamente chamadas de formigas urbanas. Analisando essas formigas, notoriamente a grande maioria delas é considerada exótica, ou seja, vivem em habitats diferentes da sua origem e somam quase de 120 espécies.Mas nem todas essas espécies têm a capacidade de se instalar com sucesso, prosperar e aumentar a área colonizada. As espécies que conseguem essa façanha chamam-se invasoras. Elas podem mudar de local e competir com as espécies naturais, deslocando-as. Grande parte do problema que a América enfrenta com formigas é devido ao fato de espécies exóticas terem sido introduzidas em áreas onde não havia inimigo natural, provocando rápido crescimento dessas populações de formigas.
Algumas formigas têm uma facilidade muito grande de se associar às atividades humanas. Essas formigas têm no comércio, sobretudo marítimo, uma forma de disseminação e conseguem nidificar (formar ninhos) nos locais mais inesperados. Elas podem causar problemas quando ocorrem em fábricas de alimento, padarias, restaurantes, instituições de pesquisa, zoológicos e biotérios, escritórios e instituições relacionadas à disponibilização de energia, etc. Dentro das residências o problema se agrava quando elas são encontradas em aparelhos eletrodomésticos, computadores, geladeiras, entre outros.
Em matéria de formigas, o Brasil se destaca. Nas regiões temperadas, poucas são as espécies que invadem prédios e residências. Já no Brasil, esse número passa de vinte espécies. Isso faz com que o nosso país tenha grande diversidade de espécies em ambientes humanos, o que dificulta o manejo uma vez que a retirada de uma espécie pode ser imediatamente sucedida pela invasão de outra, ocupando o nicho da espécie anterior.